Aqui vai um artigo muito legal que me enviaram por e-mail, falando sobre como proceder em momentos de incerteza com a crise, de "oba-oba", de medo e de pânico.
Pra todas essas situações tão diferentes, o trader tem que agir igualzinho..... surfe as ondas e vá para onde o mercado for... uhuuuuuuu, fuck yeahhhhhhhhhhhhh
Nos mercados financeiros, costuma‐se dizer que pânicos devem ser usados como boas oportunidades de compra, enquanto "bear markets" (mercados com tendência de baixa) devem ser vendidos tão logo são identificados. Claro, a questão de um milhão de dólares é conseguir identificar corretamente ambos.
A diferença entre pânico e bear market não é o estrago causado nos preços, mas a duração e o impacto na psicologia dos agentes de mercado. Em 1987, o S&P 500 chegou a cair mais de 30% num único dia! Fatores técnicos, como os programas de "stop loss" (limitação de perdas) de muitos especuladores, contribuíram para este pânico. Quem teve coragem de comprar nesse momento, ganhou muito dinheiro depois.
Mas, durante os "bear markets", a entrada prematura pode ser fatal. Uma mudança radical no cenário pode levar anos até ser alterada novamente. O estouro de uma bolha especulativa pode demandar muitos meses de ajustes dolorosos. Durante esta fase de limpeza dos excessos da bonança, ocorrem recuperações nos mercados que podem iludir os mais otimistas. Saber quando se está diante de um "bear market" rali, ou quando uma nova fase de otimismo sustentável começou, faz toda a diferença no resultado. Acertar as viradas dos mercados é praticamente impossível. Mas muitos investidores acabam enganados pelas falsas viradas, fases de acelerada recuperação dos ativos durante um cenário ainda desfavorável. Agem como os pescadores no filme "The Perfect Storm", que comemoram a calmaria que antecede a onda devastadora e fatal.
O passado nunca é um guia perfeito para o futuro, que é sempre incerto. Mas ignorar
totalmente as lições do passado pode ser o caminho mais rápido para a desgraça. Com isto em mente, pode ser útil observar alguns famosos "bear markets" para saber o que ocorreu durante estas épocas difíceis.
Selecionei cinco casos conhecidos:
1) Entre 1929 e 1932, no auge da Grande Depressão, o Dow Jones perdeu mais de 90% do seu valor. Nesse período, ocorreram pelo menos cinco fases de recuperação, com altas, que foram de 20% a 40%;
2) Entre 1989 e 1992, com o estouro da bolha japonesa, o Nikkei perdeu mais de 60% do seu valor. Durante esse ajuste, ocorreram três grandes altas de 20% a 30%. Desde 1989 até hoje, o Nikkei já perdeu mais de 75% de valor. Isso não impediu que houvesse vários ralis dentro do grande "bear market". Foram pelo menos seis grandes fases de recuperação, com uma valorização de até 140% num dos casos. Mas atualmente, o índice japonês de ações ainda vale apenas 23% do que valia no seu pico de 1989;
3) Entre 1994 e 1997, o Kospi coreano perdeu mais de 85% de seu valor em dólar durante a famosa crise asiática. Enquanto as ações eram praticamente dizimadas, ocorreram pelo menos quatro fases de recuperação, com altas entre 20% e 30%, sendo que o índice chegou a dobrar de valor em 1997, partindo de um fundo intermediário, apenas para fazer um novo fundo depois;
4) Entre 1997 e 2002, o Ibovespa se desvalorizou mais de 80% em dólar. Mas, naquele período, ocorreram pelo menos quatro recuperações fortes, sendo que em uma delas o índice dobrou de valor;
5) Entre 2000 e 2002, a bolha da internet estourou e a Nasdaq caiu mais de 80%. No entanto, três fases de recuperação de quase 50% ocorreram no período.
Em resumo, há muita volatilidade durante os grandes "bear markets". Quando a espinha dorsal de um "bull market" (mercado com tendência de alta) se quebra e os mercados entram numa fase de longo pessimismo e ajuste, o ponto da virada definitiva pode levar bastante tempo para chegar. Isso não quer dizer que várias fases de recuperação serão inexistentes. Como fica claro nos exemplos, pode ser justamente o contrário.
Expressivas altas podem coexistir com grandes e duradouros "bear markets". Um bêbado em ressaca pode ter espasmos de euforia. Para quem possui habilidades de trader e deseja surfar essas ondas de forma oportunista, é possível ganhar muito dinheiro com esses ralis baixistas. O perigo maior é quando o investidor passa a acreditar que o pior já passou e que está diante de uma importante virada sustentável de longo prazo, enquanto está apenas verificando uma recuperação dentro de um mercado
ainda negativo. Nesse caso, é provável que ele aumente suas apostas justamente no momento em que deveria estar vendendo e reduzindo exposição.
Afinal, nos "bull markets", deve‐se comprar qualquer realização ("buy the dips"). Mas, nos "bear markets", deve‐se vender qualquer recuperação ("sell the rallies"). O complicado é conseguir identificar quando é um e quando é outro. Eis o grande desafio!
Rodrigo Constantino é economista e gestor de recursos
E‐mail constantino.rodrigo@ gmail.com
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.
4 comentários:
muito bom heim!!
isso nos remete a pensar sobre esse bull market que estamos tendo agora tanto no dow quando no ibov!! sera que eh duradouro? sera que nao voltaremos aos 37k no ibov e os 6.8k no dow? soh o tempo dira! enquanto isso eu levo a vida surfando!! rs rs absss
erico, vc já está pensando corretamente.
Adorariamos saber essas respostas, mas é impossível.
O mercado vai se definindo e nós andamos com ele, no bull ou no bear.
é nesse surf ainda to tomando uns caldos... rs , mas já soltei algumas boas manobras!!! ;)
Mas sempre aprendendo muito com vc´s ;)
Obrigado e Parabens a todos que colaboram com esse espaço!!!
Gleydson Mendonça
Excelente comentário do Rodrigo Constantino, que além de tudo é um grande militante do liberalismo.
Parabéns Rodrigo!
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